Um relógio da marca Rolex está no centro da operação realizada pela Polícia Federal (PF) nesta sexta-feira (11), que tem como alvos Mauro Cesar Lorena Cid, pai do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro; além do advogado Frederick Wassef e de Osmar Crivelatti, que também trabalhou como ajudante de ordens do ex-presidente e continua sendo um de seus assessores.
O Rolex negociado pelo pai de Mauro Cid é o modelo Day-Date 36, da coleção Oyster Perpetual, com pulseira em platina (material mais caro que o ouro branco) e o mostrador em madrepérola. No site da Rolex, o preço está sob consulta apenas, mas a joia é avaliada por especialistas em 60 mil dólares (aproximadamente, R$ 300 mil).
Mas, antes do acessório de luxo ser presenteado ao ex-presidente Jair Bolsonaro em uma viagem oficial à Arábia Saudita, os modelos da coleção Oyster Perpetual da Rolex já estiveram em pulsos, digamos, menos polêmicos.
Sean Connery em ‘007’
No primeiro longa da série, “007 contra o satânico Dr. No”, Sean Connery, primeiro ator a encarnar o agente secreto britânico no cinema, usa o modelo Submarine, também da coleção Oyster Perpetual, da Rolex. O relógio, como tudo o que James Bond usa, era tecnologia de ponta em 1962, quando o filme foi lançado O modelo Submarine foi o primeiro relógio impermeável a até 100 metros de profundidade. Por isso, ficou conhecido como o relógio dos mergulhadores.
O mesmo modelo foi usado por Sean Connery nos filmes seguintes da franquia 007: “Moscou contra 007”, “007 contra Goldfinger” e “007 contra a chantagem atômica”. Em Goldfinger, aliás, o Rolex tem destaque na sequência inicial: Bond checa a hora enquanto se prepara para detonar explosivos.
Em 2018, a Christie’s leiloou um modelo Submarine com o mesmo número de referência do usado por Sena Connery em “007 contra o satânico Dr. No”: 6538. A peça foi comprada por US$ 1.068.500 (cerca de R$ 5 milhões).
Paul Newman em ‘A cor do dinheiro’
No longa de 1986, Paul Newman é um ex-campeão de snooker que, num bar, conhece Vincent, papel de Tom Cruise, um jovem de talento no jogo. Eddie decide fazer dele uma versão mais jovem de si mesmo.
O longa dirigido por Martin Scorsese valeu o Oscar de Melhor Ator a Paul Newman, que, no filme, não tira do braço o Rolex Datejust, também da coleção Oyster Perpetual.
Criado em 1945, esse modelo é considerado o clássico da Rolex. Foi o primeiro relógio de pulso com cronômetro, automático e impermeável a exibir a data em uma abertura. Paul Newman não foi o único a usar um Datejust: o modelo da Rolex esteve no pulso de Winston Churchill, Dwight D. Eisenhower e Martin Luther King.
Paul Newman, aliás, era dono do Rolex mais caro da história. O modelo Daytona que pertenceu ao ator foi leiloado em 2017, junto com outros objetos de Newman. O valor do Rolex? US$ 17.752.500 (mais de R$ 80 milhões).
Alec Baldwin em ‘O sucesso a qualquer preço’
O longa de 1992 reuniu Al Pacino, Jack Lemmon, Alec Baldwin, Kevin Spacey, Alan Arkin e Ed Harris. Dirigido por James Foley, o filme mostra quatro corretores de imóveis lutando para sobreviver nos EUA, em meio a uma economia instável e a uma disputa profissional selvagem.
Blake, o personagem vivido por Alec Baldwin no filme, não tinha falas na peça original de David Mamet. No longa, no entanto, é dele a fala mais célebre e que se tornou icônica décadas antes dos memes na cultura digital: “Always be closing”.
Baldwin usa um Rolex modelo Day-Date, da coleção Oyster Perpetual, em seu curto tempo em cena. Blake, o personagem do ator, é visto durante apenas 10 minutos do longa abusando moralmente e ameaçando os quatro corretores de imóveis a pedido dos donos da corretora.
O modelo Day-Date é conhecido como o “relógio do presidente” porque foi o escolhido do ex-presidente americano Lyndon Johnson. A cantora e empresária Rihanna também já foi vista com o modelo.
Museu do Oscar
Os modelos da coleção Oyster Perpetual da Rolex também foram usados por Faye Dunaway, em “Rede de Intrigas” (1976), Marlon Brando em “Vidas em fuga” (1960); Gabriel Byrne em “Os suspeitos” (1995) e Harrison Ford em “Busca frenética” (1988) e Steve Martin em “Antes só do que mal acompanhado” (1987).
A marca ainda é a patrocinadora do Museu da Academia e Ciências Cinematográficas, conhecido como o Museu do Oscar, em Los Angeles, e tem como embaixadores os cineastas Martin Scorsese e James Cameron.
Fonte: Mais Goiás