Teleférico no Paquistão: todos os passageiros são retirados de cabine; entenda como foi o resgate

No total, sete crianças e adolescentes e um adulto ficaram presos quando um cabo do teleférico em que estavam se rompeu. Grupo ia para a escola em região montanhosa do país. Helicópteros retiraram duas crianças, e o resto foi resgatado por cordas.

Em uma operação de alto risco que chamou a atenção do mundo, as forças do Paquistão conseguiram resgatar nesta terça-feira (22) todos os oito passageiros de um teleférico no norte do país que quebrou a 274 de altura no meio de montanhas, afirmou o primeiro-ministro paquistanês, Anwaar-ul-Haq Kakar.

O grupo ficou preso no início da manhã no horário local (fim da noite no horário de Brasília) no meio do trajeto depois que um dos dois cabos de sustentação do teleférico se rompeu no momento em que eles estavam na cabine.

Eles estavam indo para a escola – a região, no norte do Paquistão, é extremamente montanhosa e, por isso, teleféricos são o único meio de transporte de parte da população, inclusive dos estudantes.

Entre os passageiros, havia sete crianças e adolescentes, além de um adulto, um professor da mesma escola.

Ao longo do dia, as forças de resgate tentaram diversas vezes retirar os passageiros, mas ao menos quatro dessas tentativas fracassaram. Na primeira delas, uma das crianças chegou a começar a ser içada, mas a equipe viu riscos para a estabilidade da cabine do teleférico e abortou a ação.

O que mais preocupava as equipes eram os fortes ventos e o alto risco para a cabine, que ficou presa apenas por um dos cabos e balançava muito cada vez que helicópteros das Forças Armadas se aproximavam.

Com uma corda maior, os helicópteros conseguiram içar as duas primeiras crianças, mas autoridades cancelaram essa operação quando começou a escurecer no local. O temor principal era de que o vento gerado pelo helicóptero chacoalhasse demais a cabine e a desestabilize.

Especialistas em travessias por cabo foram então chamados ao local e encontraram outra saída: o resgate por cabos de sustentação colocados.

Ainda assim, a equipe teve de correr contra o tempo – desde que, segundo autoridades, o cabo se rompeu, por volta das 9h no horário local (23h de segunda-feira em Brasília) até o anúncio do resgate total pelo premiê do país, foram 16 horas.

O professor que estava na cabine, de 20 anos, chegou a falar ao vivo por celular com meios locais e pediu pressa.

“Pelo amor de Deus, venham logo. Os ventos estão muito fortes”, disse o professor, que tem 20 anos e foi identificado apenas como Gulfaraz, à uma TV local.

Uma das crianças chegou a desmaiar “devido ao calor e ao medo”, disse Shariq Riaz Khattak, um oficial de resgate, à Reuters.

Segundo autoridades locais, o estado de saúde dos oito passageiros é boa, mas eles estão sob cuidados médicos.

Dificuldades no resgate

O resgate foi considerado difícil e de alto risco pelos seguintes motivos:

  • Fortes ventos – por conta da altura, de 274 metros, e a posição, um corredor em meio a montanhas;
  • Altitude da cápsula, que está a uma altura equivalente a quase uma torre Eiffel ou o One Tower, prédio mais alto do Brasil, que tem 290 metros.
  • aproximação do helicóptero também pode desestabilizar o único fio que sustenta a cápsula.

A demora no resgate gerou tensão e forte comoção em todo o Paquistão. Pessoas em todo o país acompanharam o caso ao vivo por horas em TVs locais, e, na região, uma multidão se reunião para acompanhar os trabalhos. Os parentes dos passageiros também estavam no local.

Meio de transporte

Um professor da região disse a meios locais que cerca de 150 pessoas fazem diariamente a perigosa viagem de teleférico para a escola, devido à falta de infraestrutura de transporte na área.

O primeiro-ministro interino do Paquistão, Anwar-ul-Haq Kakar, determinou o fechamento de vários teleféricos que estejam há muito tempo sem manutenção.

“Também instruí as autoridades a realizar inspeções de segurança de todos esses teleféricos privados e garantir que sejam seguros para operar e usar”, disse.

Fonte: G1

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