Tempo seco aumenta incidência de doenças respiratórias

Algumas regiões do país têm o período mais seco do ano na estação do inverno, deixando a umidade relativa do ar muito baixa. Com isso aumenta a incidência de doenças respiratórias, como Influenza, Metapneumovírus, Parainfluenza, Rinovírus e Vírus Sincicial Respiratório. Além dos vírus, bactérias como o pneumococos também podem causar doenças respiratórias como sinusite e pneumonia, segundo a Secretaria de Estado da Saúde de Goiás (SES-GO).

De acordo com dados do último Boletim InfoGripe, divulgado pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) houve um crescimento do número de contaminações pelo vírus Influenza entre adultos. Enquanto isso, o Vírus Sincicial Respiratório (VSR) segue como o principal vírus que tem levado crianças à internações por Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG).

Diante da situação, a SES alerta para os cuidados nesse período, já que estas doenças respiratórias virais podem evoluir para Síndrome Respiratória Aguda Grave. As medidas de etiqueta respiratória envolvem cobrir com o antebraço a boca e nariz ao tossir e espirrar, lavar constantemente as mãos e usar álcool em gel 70%.

A alergista e imunologista, Raissa Pimentel, destaca ainda a rinite alérgica, asma e a conjuntivite alérgica, como umas das principais doenças respiratórias que surgem em decorrência do tempo seco. Segundo especialista, isso se dá por conta dos agentes irritativos, como a poeira, poluição e pelos de animais, que ficam mais tempo no ar. Além disso, o tempo seco e frio é um inflamatório para as vias aéreas de pessoas que já têm alergias, segundo ela.

No período do inverno,é comum que as pessoas lavem menos as mãos e fiquem mais tempo em locais com grandes aglomerações e isso colabora para que ocorram essas infecções. “Então, é importante sempre manter a higiene pessoal e o uso de máscaras também é uma opção para evitar essas problemáticas”, destaca a médica.

Para as pessoas que têm doenças respiratórias, a situação é ainda mais agravante nesse período em que a umidade do ar está mais baixa. É o caso da administradora Larissa Monteiro, de 33 anos, que sofre de Rinite Alérgica. “O tempo seco resseca as vias aéreas, tem dias que espirro umas 1500 vezes”, brinca. Ela conta que o nariz arde muito e para amenizar a situação, lava com soro várias vezes ao dia, além de usar antialérgico.

No caso dessas pessoas que já possuem algum tipo de alergia ou doença respiratória, Raissa Pimentel diz que para além da  lavagem nasal com o soro fisiológico, o uso de lágrimas artificiais nos olhos, também é importante.

As orientações da médica para a população nesta época do ano, é usar o ar-condicionado somente quando houver necessidade, uma vez que ele diminui a umidade do ar mais ainda e fazer a manutenção dos filtros do aparelho com frequência, para evitar alergias por conta da poeira e ácaro; espalhar toalhas molhadas na casa; usar umidificador – lembrar que ele só pode ficar ligado cerca de três horas por dia.

Outra consequência da baixa umidade do ar, é o sangramento nasal. “Às vezes tem formação de casquinhas no interior do nariz, e nesse caso a orientação é lavar bastante com soro fisiológico. Para que não haja sangramento, é importante também evitar arrancar essas casquinhas ou coçar o nariz, pois isso pode aumentar a fragilidade da região interna do membro e consequentemente haver sangramento”, orienta.

Vacinação

Para reduzir a disseminação de infecções e fortalecer o sistema imunológico, a vacinação é fundamental, especialmente a da gripe e da Covid-19, enfermidades comuns nesse período. A vacinação é ainda mais importante para grupos prioritários de alto risco, como idosos, pessoas com comorbidades, imunocomprometidos, gestantes e trabalhadores da saúde. 

Em Goiás, foram aplicadas cerca de 15,4 milhões de doses de vacina contra a Covid-19, o que representa 85,83% das doses distribuídas. O percentual de vacinados com a segunda dose ou dose única da vacina é de 73,73%. Porém, mais de dois milhões de pessoas estão com a dose de reforço atrasada.

As vacinas, no geral, são utilizadas para a prevenção de doenças provocadas por vírus e bactérias ou para evitar complicações maiores advindas das doenças, como esclarece a biomédica, especialista em fisiopatologia e professora do Centro Universitário Una, Léia Cardoso de Sousa. “Com a vacinação, nos tornamos mais resistentes aos agentes infecciosos, porque elas estimulam o nosso sistema imunológico a produzir anticorpos específicos, o que diminui de forma significativa o risco de contrair tais doenças e diminui a gravidade e complicações decorrentes”, disse.

Fonte: O Hoje

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