Duas vidas foram perdidas em uma tragédia envolvendo policiais militares do Distrito Federal e transtornos psicológicos graves. Enquanto duas famílias choram, outros milhares de militares dentro da corporação enfrentam dificuldades em acessar o tratamento de saúde mental adequado. A Polícia Militar do DF (PMDF) conta com apenas um médico psiquiatra para atender cerca de 10 mil integrantes da tropa.
Neste domingo (14/1), quando três PMs estavam dentro de uma viatura fazendo patrulhamento no Recanto das Emas, o segundo-sargento Paulo Pereira de Souza acabou baleando e m4tando o soldado Yago Monteiro Fidelis e t1rando a própr1a v1da. O terceiro homem, o segundo-sargento Diogo Carneiro dos Santos, conseguiu escapar antes de ser atingido. Policiais que conheciam o autor dos disparos afirmaram que ele estava passando por problemas psicológicos.
O caso levantou um alerta na corporação. Mensagens trocadas entre PMs citam falhas dentro da estrutura da Polícia Militar do DF quando o assunto é a saúde mental do efetivo. Um homem chegou a dizer que Paulo Pereira já teria passado por avaliação médica, mas não houve qualquer ação para o retirar do serviço de viatura nas ruas, armado.
Atualmente, a PMDF tem o Centro de Assistência Psicológica e Social (Caps), subordinado à Diretoria de Assistência à Saúde (DAS) e ao Departamento de Saúde e Assistência ao Pessoal (DSAP), para dar assistência em saúde mental para policiais militares e beneficiários. Mas, como o Metrópoles já havia mostrado em julho de 2023, o quadro de médicos efetivos tem apenas um psiquiatra.
A matéria também mostrou que a corporação contava com somente 54 médicos efetivos para zelar pelas aproximadamente 72 mil vidas de policiais militares da ativa, da reserva e familiares. Policiais relatam “sucateamento” do Centro de Assistência Social da PMDF devido aos baixos investimentos em profissionais adequados.
Em nota, a Polícia Militar afirmou que “possui rede credenciada do sistema de saúde, dispondo atualmente de clínicas de psiquiatria e de psicoterapia para atendimento”.
FONTE: metrópoles