O deputado federal José Nelto, do pP, tem sido cauteloso em relação às ações do presidente do partido em Goiás, Alexandre Baldy (dirigente da empresa chinesa BYD no Brasil; ele teria vergonha de se apresentar, fora do Estado, como presidente da Agehab). Outros membros do partido são críticos frequentes da atuação do jovem político, que estaria tratando o pP não como um partido, e sim como um feudo. O economista Júlio Paschoal, o vereador Sandes Júnior (quase não conseguiu ser candidato em 2022) e o advogado Sérgio Lucas, para citar apenas três, não mantêm boas relações com o poderoso chefão pepista.
Agora, depois de pensar muito a respeito, José Nelto decidiu expor suas discordâncias publicamente. “Tenho de sair do pP, pois não há como conviver com a ‘ditadura’ Alexandre Baldy. O partido é dele, que não tem palavra. Mesmo sendo deputado federal, não participo da executiva estadual, do horário eleitoral e não tenho uma única comissão provisória. O pP em Goiás é de Alexandre Baldy e do deputado federal Adriano do Baldy. O partido se tornou um ‘feudo’ que tem rei [Alexandre] e príncipe [Adriano]. E eu não quero ser tratado como membro da plebe.”
Na segunda-feira, 23, em Brasília, José Nelto vai ter uma conversa com o presidente nacional do pP, o senador Ciro Nogueira, e com o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (pP), e vai expor sua “exclusão”, na prática, do partido. “Na verdade, Baldy já me trata como se eu não fosse membro do pP. Então, a rigor, só falta oficializar minha saída.”
Ao menos três partidos estão na cola de José Nelto — o PSD de Gilberto Kassab, o MDB de Baleia Rossi e o União Brasil de Luciano Bivar. Ciro Nogueira, como líder máximo do pP, tem como liberar o parlamentar goiano para que se filie em outro partido.
No momento, não há janela para mudança partidária — que só será aberta, para deputados federais, no início de 2026. Porém, se Ciro Nogueira liberar José Nelto, ele não perderá o mandato. (E.F.B.)
Fonte: Jornal Opção
