Educação

MEC quer permitir Enfermagem, Odonto e outros cursos EAD; conselhos são contra

Proposta é permitir que os cursos de Direito, Enfermagem, Odontologia e Psicologia

A proposta do Ministério da Educação (MEC) de permitir que os cursos de Direito, Enfermagem, Odontologia e Psicologia sejam ministrados à distância (EAD) tem gerado um conflito de opiniões entre as entidades representativas das respectivas profissões, que são contrárias à medida, e as instituições de ensino privadas, que a apoiam. O MEC planeja realizar uma consulta pública para debater essa questão.

De acordo com dados do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), em 2020, durante o primeiro ano da pandemia, o número de estudantes ingressantes em cursos a distância superou pela primeira vez o número de estudantes em cursos presenciais nas universidades brasileiras. Essa tendência de aumento dos cursos a distância também foi confirmada pelos dados do Censo da Educação Superior divulgados recentemente, o que tem levantado preocupações no MEC.

A oferta de cursos a distância é regulamentada pelo MEC, abrangendo várias graduações, principalmente bacharelados, licenciaturas e cursos tecnólogos. No momento, o MEC está considerando a possibilidade de incluir os cursos de Direito, Enfermagem, Psicologia e Odontologia nessa lista. No entanto, essa proposta enfrenta oposição da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e dos Conselhos Federais de Enfermagem (Cofen), Psicologia (CFP) e Odontologia (CFO).

Essas entidades emitiram uma nota conjunta contrária à medida e expressaram críticas individuais, destacando preocupações específicas. A OAB, por exemplo, está preocupada com a qualidade dos cursos de Direito e se opõe ao ensino a distância, alegando que não atende às necessidades de uma boa formação dos estudantes.

O Cofen argumenta que a natureza da profissão de enfermagem requer habilidades práticas e relacionais que não podem ser adequadamente desenvolvidas sem interação direta com pacientes e equipamentos de saúde, mesmo que parte do curso seja presencial.

O Conselho Federal de Psicologia defende que todos os cursos na área da Saúde devem ser ministrados exclusivamente de forma presencial, alegando que o ensino a distância representa um retrocesso e prejudica a qualidade da formação e, consequentemente, a assistência à população.

Por outro lado, a maioria das instituições de ensino superior defende a possibilidade de oferecer cursos a distância, argumentando que isso democratiza o acesso à educação e permite que estudantes de todas as regiões, inclusive áreas remotas, tenham acesso a esses cursos. Essas instituições alegam que o ensino a distância é uma ferramenta importante para expandir o acesso à educação em todos os níveis.

Fonte: Jornal Opção

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