Clima

EUA registram ao menos 70 mortes por frio extremo

Pelo menos 70 pessoas nos Estados Unidos morreram de causas relacionadas com o clima, depois de mais de uma semana de fortes tempestades de inverno e temperaturas brutalmente baixas, de acordo com relatórios de autoridades estaduais, departamentos de polícia, médicos legistas e meios de comunicação locais.

O número deverá aumentar à medida que as autoridades se esforçam para avaliar o número de mortos devido ao frio intenso, às estradas congeladas e aos ventos fortes, especialmente em partes do país não habituadas a períodos prolongados de congelamento profundo.

Na segunda-feira, no Temesse, um homem morreu depois de cair de uma claraboia enquanto limpava a neve do telhado de uma empresa. Na terça-feira, na Pensilvânia, cinco mulheres da mesma família morreram numa colisão com um reboque de trator, momentos após terem se reunido na beira de uma estrada coberta de neve, após outro acidente. E na quarta-feira, no Oregon, um galho de árvore, enfraquecido pelo vento e pelo gelo, derrubou uma linha de energia elétrica que matou dois adultos e um adolescente.

O Temesse sofreu um número particularmente elevado de mortes. Pelo menos 25 pessoas parecem ter morrido de causas relacionadas ao clima, incluindo hipotermia, quedas e acidentes de trânsito, segundo autoridades estaduais de saúde. E no Oregon, pelo menos 11 pessoas morreram de causas relacionadas com o clima, incluindo as três que foram mortas pela linha de energia. Ambos os estados declararam estado de emergência na semana passada, assim como Kentucky, onde pelo menos cinco pessoas morreram durante a onda de frio.

— Todos, por favor, reservem um tempo hoje para verificar sua família, amigos e colegas de trabalho e garantir que eles tenham o que precisam para se manterem seguros e aquecidos — disse o governador Andy Beshear, de Kentucky, em um comunicado na última sexta-feira.

Os acidentes de trânsito – muitas vezes causados ​​por carros que saem de controle em estradas geladas e com neve – estão entre as causas mais comuns de morte durante ondas de frio. A hipotermia é outra ameaça, especialmente para as pessoas que não têm acesso a abrigo ou calor. E linhas de energia caídas podem aumentar o risco de incêndio ou eletrocussão.

Mas as mortes em clima frio são difíceis de contar. As causas variam muito e pode levar algum tempo para que as autoridades identifiquem as circunstâncias exatas de um acidente de trânsito, ataque cardíaco ou queda.

— É muito difícil compilar este tipo de informação porque há muita ambiguidade — disse Alan W. Black, especialista em clima e condições meteorológicas extremas da Southern Illinois University Edwardsville. — Ainda há muita investigação a ser feita para compreender o impacto exato do inverno nos EUA. E penso que é um tema extremamente importante a explorar, uma vez que simplesmente não sabemos o impacto — acrescentou.

O clima em todo o país permaneceu frio neste domingo, com Nashville atingindo uma mínima de 3 graus. Partes do Texas tiveram temperaturas na casa dos 30 graus no domingo, e Chicago e Milwaukee registraram temperaturas entre 13 graus e 19 graus.

Mas o congelamento promete terminar a partir de segunda-feira. Espera-se que as temperaturas subam em todo o país, atingindo níveis acima da média em muitos lugares, disse Bob Oravec, principal meteorologista do Serviço Meteorológico Nacional em Maryland.

Em vez de frio e neve, muitas áreas poderão sofrer fortes chuvas, incluindo o leste do Texas até o vale do baixo Mississípi, que inclui Louisiana, Arkansas e Temesse. A Costa Oeste também terá condições climáticas úmidas. A Califórnia espera fortes chuvas e neve em Sierra Nevada.

As pessoas tendem a subestimar os riscos das temperaturas extremas, disse James Marshall Shepherd, especialista em tempo e clima da Universidade da Geórgia. Mas ondas de frio como a que varreu o país este mês são muitas vezes mais mortais do que furacões, tornados e outros eventos climáticos comparativamente dramáticos.

As pessoas no Sul podem ser especialmente vulneráveis ​​a condições climáticas extremas, disse Shepherd — especialmente em áreas de baixa renda e naquelas que são densamente povoadas ou não estão acostumadas ao frio.

Durante as ondas de calor do verão, que ficaram mais quentes do que costumavam ser, muitas pessoas no sul se sentem pelo menos um pouco aclimatadas, disse Shepherd. Mas a infraestrutura com décadas de existência, comum nos estados do sul, é muitas vezes inadequada para o tipo de clima gelado que grande parte da região sofreu na semana passada. Ele acrescentou que muitos residentes podem não ter os recursos necessários — como aquecimento confiável ou roupas quentes — para se manterem seguros.

— Quando todo mundo fica resfriado — acrescentou ele — nós pegamos gripe.

FONTE:MAIS GOIAS

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