Clima

Estudo indica riscos de ondas de calor, inundações e aumento do nível do mar em favelas da Maré até 2050

O maior conjunto de favelas do Rio de Janeiro pode ter sua população seriamente afetada pelas mudanças climáticas até 2050. Uma pesquisa feita no Complexo da Maré indica riscos altos e muito altos para ondas de calor, inundações fluviais e aumento do nível do mar.

O complexo é margeado de um lado pela Baía de Guanabara e do outro pela Avenida Brasil. As Linhas Amarela e Vermelha também cortam o território e promovem impactos, como aumento da população.

A pesquisa da empresa global WayCarbon indica que a grande quantidade de pessoas, associada à carência de acesso à renda e serviços públicos, intensifica o impacto dos fenômenos climáticos, e que crianças e idosos são os mais vulneráveis.

Ondas de calor são dias muito quentes com temperaturas máximas acima da média e duração de pelo menos três dias. O estudo identificou um risco muito alto para essas ondas na maior parte do território mareense.

Um estudo feito pelo Redes da Maré identificou que, atualmente, há ilhas de calor na comunidade. As áreas da Nova Maré e Baixa do Sapateiro atingem o pico de intensidade na região – são as áreas mais quentes.

O entorno das Linhas Vermelha e Amarela também é crítico. O fenômeno acontece quando certas áreas dentro de uma cidade se tornam mais quentes que outros pontos.

Diversos motivos são apontados, incluindo a falta de áreas verdes e intensa atividade humana. Exaustão, insolação, problemas respiratórios, cardiovasculares e até impactos na saúde mental são consequências.

Também há riscos para inundações fluviais por causa da expectativa de aumento do nível do mar até 2050, conforme aponta o estudo. Áreas mais próximas de rios e da Baía de Guanabara podem sofrer impactos com isso, como as favelas Parque Rubens Vaz e Parque União – nessas os riscos são alto e muito alto.

Outras favelas têm risco de médio a muito alto:

Conjunto Esperança;
Vila do João;
Conjunto Pinheiros;
Vila dos Pinheiros;
Salsa e Merengue.

A análise leva em conta os efeitos das marés altas e ressacas (mar agitado e ondas fortes). Ou seja, uma área com Risco Muito Alto não necessariamente sofrerá uma inundação permanente, mas está exposta a eventos extremos.

A qualidade do ar também foi analisada pela Redes da Maré, e a conclusão foi que os níveis de poluição estão acima do recomendado. Na comunidade Marcílio Dias, o número é quase o dobro do indicado.

A ONG destaca que o calor, aliado a esses outros fatores, aumenta o risco de infarto, AVC, partos prematuros, crise de doenças mentais. Para a Redes da Maré, mortes poderiam ser evitadas.

Veja algumas recomendações para evitar esses problemas:

Criação de mais áreas verdes e de jardins de chuva;
Tetos verdes;
Restauração de manguezais;
Planejamento urbano integrado;
Estruturação do sistema de coleta de lixo.

Fonte: g1

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