Goiás

Goiás tem seis bacias hidrográficas em estado crítico

A Secretaria do Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad), informou que o ano de 2023 terminou sem falta de água em grande parte das cidades do Estado e a autuação de sete casos de desmatamento ilegal em apenas dois meses. Segundo o documento apresentado no Balanço Hídrico 2023, os grandes motivos para a preservação das bacias hídricas foram a abundância das chuvas até meados de setembro e ações de preservação do Governo de Goiás para manter os níveis hídricos acima do nível seguro. 

As ações mencionadas foram como as políticas de enquadramento de corpos de água que conseguiram evitar a escassez de água em grandes municípios como Goiânia e Anápolis. “A política de alocação negociada mostrou que é possível usar o diálogo para administrar conflitos pelo uso da água”, afirma a titular da Semad, Andréa Vulcanis.

De acordo com a pasta do Governo, essa políticas de enquadramento funcionaram através de reuniões com gestores de diferentes áreas econômicas e dos municípios para o melhor uso das bacias sem que comprometa o abastecimento da região ou de outros municípios no futuro. Segundo a secretaria, Goiás possui cinco comitês que gerenciam o uso da água para o abastecimento estadual. “Atualmente, cerca de 70% do território goiano está coberto por cinco comitês de bacias hidrográficas: CBH Corumbá, Veríssimo e porção goiana do Rio São Marcos; CBH Meia Ponte; CBH Bois; CBH Afluentes Goianos do Baixo Paranaíba; CBH Afluentes Goianos do Araguaia”, relataram.

Ainda sobre o enquadramento, esta ação governamental visa dialogar não somente a nível estadual mas também entre acordos com outras unidades federativas. Jorge Werneck, subsecretário e responsável pelo enquadramento, comenta o caso do rio Baixo Paranaíba que flui por quatro estados. “Nós temos comitês de bacias no nível federal, como é o caso do Rio Paranaíba que envolve quatro estados, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Distrito Federal e Goiás”, afirma.

Este trabalho de diálogo, entre diferentes setores a nível estadual teve seu começo em junho do ano de 2022 com o comitê do Rio Araguaia, e a cada ano os plenários dos comitês são renovados. A secretaria informou que ao todo 142 entidades participam das reuniões para enquadrar as ofertas e demandas do uso da água em Goiás. 

Contudo, houveram complicações por questões climáticas por parte da chegada do El Niño em setembro de 2023 que ocasionou em um aumento no período de estiagem e chuvas irregulares, mesmo com o enquadramento. Por causa disso, o Estado tem seis grandes bacias em estado crítico que provocaram uma alocação menor da oferta para a determinada demanda. As bacias em estado crítico são o Rio Verdinho, Ribeirão Piancó, Ribeirão Lages, Ribeirão Abóboras, Rio Meia Ponte e o Rio Alto de São Marcos.

De acordo com Werneck, esta alocação deve ser feita para preservar a segurança das bacias goianas. “Quando a gente tem um ano de pouca chuva as novas vazões diminuem e nós precisamos fazer uma compatibilização da alocação para quando a nossa demanda é menor que a oferta. Nós não podemos deixar os nossos rios secarem”, ressalta.

Devido a essas complicações climáticas a vazão do Rio Meia Ponte entrou em estado de alerta no domingo (10), responsável por abastecer um terço da Capital, com uma vazão de 6 mil litros por segundo. Este é um recorde para a menor vazão medida em sete anos, contudo, de acordo com as autoridades, ainda não há risco de racionamento de água. 

Ainda de acordo com Werneck sobre o alocamento da água, tanto a demanda quanto a oferta da água no estado é feita com monitoramento em tempo real. “Nós temos monitoramento em tempo real nos equipamentos de irrigação nessas bacias em estado crítico que nos deixa acompanhar a demanda das águas no estado”. 

Fonte: O Hoje

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